O Fluminense está em compasso de espera pelo retorno do ídolo Fred. O Tricolor aguarda a definição do atacante com o Cruzeiro, uma vez que o jogador já sabe que não ficará no time mineiro em 2020. Com as incertezas do time celeste por conta da ebulição política, o camisa 9 ainda não sabe, por exemplo, com qual dirigente tratará sobre o seu futuro.



O desejo pela separação é mútuo. Jogador e clube sabem que não há mais clima para a permanência, mesmo que o vínculo do camisa 9 se encerre em dezembro do próximo ano, deixando o atacante livre no mercado da bola.

O elevado gasto com Fred, dono do maior salário do elenco, é o que faz com que a diretoria do Cruzeiro tente a sua saída. O atual vice-presidente de futebol, Márcio Rodrigues, é quem comanda o esporte e tenta um acordo de rescisão.

O jogador de 36 anos também deseja uma saída neste momento. A elevada dívida com o jogador e seu estafe e as críticas públicas dos futuros gestores fazem com que o atleta compactue com o desejo do departamento de futebol. O débito com o atleta e seu estafe supera os R$ 5 milhões e inclui bônus por assinatura do contrato, direito de imagem, premiações, luvas e até salários atrasados.

A dúvida atual é como e quando será feita a rescisão de Fred. O atacante gostaria de evitar a Justiça do Trabalho, caminho seguido por Fabrício Bruno e Thiago Neves, para receber o que tem direito em sua segunda passagem pelo clube mineiro. Por isso, não descarta um acordo, mesmo que haja o parcelamento da dívida.

Ciente das questões que envolvem o atacante, o Flu adota cautela. Também há interesse das duas partes em reatar o casamento, mas a diretoria só pretende entrar na negociação quando o jogador estiver livre. Questionado sobre o camisa 9 em sua apresentação, o novo técnico Odair Hellmann preferiu não comentar assuntos do mercado da bola.

"Bem objetivamente: sobre jogador que pode vir, especulação, contratação, qualquer manifestação minha afeta muito. Sobre tudo isso, a gente conversa internamente. Essa é uma relação importante. É um fato que temos que ter cuidado. Tudo o que for relacionado à contratação, observação, a gente faz internamente, para não criar expectativa externa. Essas situações são tratadas internamente. Não só o Fred, como outros jogadores para agregar qualidade ao grupo", declarou.

A ideia é montar um projeto que envolva o marketing para viabilizar o pagamento de salários, que serão muito mais baixos que os que Fred recebe no Cruzeiro. Aos 36 anos, o jogador deve assinar um contrato que o mantenha no clube após a carreira, ainda com função a definir, já que sempre manteve o desejo de seguir trabalhando no futebol.

Ciente dos anseios do jogador, que é seu amigo pessoal, o presidente Mario Bittencourt mantém as portas abertas para ele no Flu.

"Ele tem contrato até dezembro de 2020, com um salário muito além das nossas possibilidades. Não temos nem como chegar perto do que ele ganha lá. Ele sabe disso. Sigo dizendo que há interesse, sim, em ele voltar para o Fluminense um dia. E futebol a gente sabe que é um dia após o outro. Se daqui a pouco ele não estiver vinculado lá e se ele entender que o clube está num processo de reconstrução, mas que a gente pode fazer um grande projeto de marketing aí sim podemos começar a pensar na possibilidade de tê-lo novamente", afirmou, em coletiva.



Pelo Fluminense, entre 2009 e 2016, Fred disputou 288 jogos e marcou 172 gols. Terceiro maior artilheiro da história do clube, o jogador conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro, em 2010 e 2012, um Campeonato Carioca, em 2012, e a Primeira Liga, em 2016. Após deixar as Laranjeiras, ele nunca balançou as redes contra o Tricolor.

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