Contratado para assumir a lateral direita na temporada 2018, Edilson acabou tendo o primeiro ano de altos e baixos no Cruzeiro, atuando em 38 jogos de 74 realizados, mas novamente terminou a temporada com mais dois títulos para a carreira: Campeonato Mineiro e Copa do Brasil. Sofreu com dois problemas musculares, uma vez no tornozelo direito e outro no joelho direito, mas foi o titular da direita do Cruzeiro no ano.



Com um gol marcado na temporada, o jogador ainda tem mais dois anos de contrato a cumprir com a Raposa. Em entrevista ao GloboEsporte.com, ele fez um balanço sobre os últimos anos da carreira, marcados por conquistas importantes, e também pelo desempenho em 2018, que ele mesmo considera que não foi o ideal. O jogador ainda comentou sobre sua vida pessoal e também do que espera para a próxima temporada e as polêmicas na Libertadores.

A partir de 2015, você encheu sua galeria de troféus com titulos do Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Foram seus melhores anos na carreira? Quais são suas ambições ainda em termos de título?

Sim, venho numa crescente desde minha chegada ao Botafogo. Consegui me firmar naquele time campeão de 2013 e, em 2015, comecei essa trajetória de títulos seguidos importantes. Eu tenho uma verdadeira compulsão por títulos, na verdade. Tomei gosto e não penso em outra coisa quando começa a temporada. É isso que mantém minha ambição alta. Nos últimos três clubes que joguei, o projeto desde as primeiras conversas foi neste sentido de buscar grandes títulos. Quero sempre estar em um lugar assim.



Depois de morar por alguns anos no Sul, você voltou para Belo Horizonte. Como está sua adaptação à cidade, ao Cruzeiro após quase um ano de clube?

Belo Horizonte é uma cidade muito fácil de se adaptar. Eu já conhecia e agora minha esposa está tendo a oportunidade de morar na cidade. Sobre o Cruzeiro, certamente a escolha em vir para cá foi acertada.

A ambição por títulos importantes combina com meu jeito de pensar a carreira. E espero conquistar muito mais ainda no clube.

Qual foi a importância do nascimento do seu filho (julho de 2017) para a sua carreira de jogador? E para a vida? O que mudou na vida do Edilson com a chegada do seu filho?

Tenho certeza que muita coisa mudou. Parece não caber no coração o amor que sentimos por um filho. E isso só sabemos quando temos. Tudo o que faço na vida hoje em dia, desde que acordo no primeiro minuto do dia, é pensando nele. Então, posso dizer que, até em campo, meu pensamento mudou. Hoje minha obsessão por títulos é muito maior, pela vontade de mostrar para ele como seu pai foi vencedor. E, na busca por mostrar exemplos positivos também, até mesmo nas derrotas. E, sem dúvida, ele foi meu maior título.



Titular da lateral direita, você atuou em pouco mais da metade dos jogos na temporada. Qual o balanço que você faz no seu primeiro ano de Cruzeiro? Na sua auto avaliação, você rendeu o que planejava?

Eu acabei tendo algumas contusões chatas que me tiraram de alguns jogos. Mas nos momentos decisivos e jogos mais importantes eu estive presente e avalio como um bom desempenho. Por eu ser muito exigente comigo mesmo, quase sempre acho que poderia ser melhor. E o objetivo para 2019 é que seja dessa maneira.



Além da força física e equilíbrio defensivo e ofensivo que você oferece ao time, você também é famoso pelos suas cobranças de falta. Em 2018, você fez um gol. O que faltou para balançar mais as redes em cobranças de falta?

Falta eu colocar a bola debaixo do braço e deixar os que batem mais me assistirem um pouco. Mas falando sério, até pelas contusões que tive esse ano , não pude treinar cobranças de falta como sempre faço. A idéia é poder voltar a fazer isso normalmente é melhorar esse desempenho em 2019.




Para o ano que vem, o Cruzeiro voltará a disputar as mesmas competições. Como você avalia a força do atual elenco cruzeirense?

Nosso elenco é muito qualificado. A diretoria fez um esforço enorme e investiu para conquistar títulos importantes. No primeiro semestre, levamos o Estadual, mas faltava uma taça de mais peso e que justificasse o investimento. Tentamos a Libertadores e fomos eliminados após um erro muito grave no jogo de ida na Argentina. No Brasileiro, perdemos contato com o pelotão da frente até pela boa campanha que mantivemos nas competições de mata-mata. E a Copa do Brasil coroou o bom ano do clube e também deu a possibilidade de um retorno financeiro interessante para o Cruzeiro. Certamente chegarão reforços pontuais para um elenco já bem estruturado. Em 2019, daremos continuidade ao trabalho, e o objetivo é sempre evoluir.

Diante de todas as polêmicas que ocorreram na Libertadores deste ano, como fica o sentimento do jogador em relação à competição. Os episódios que ocorreram, inclusive com o Cruzeiro, acabam diminuindo de alguma forma a magia de almejar uma Libertadores?

Olha, não posso esconder que fiquei com muita raiva. Por tudo que aconteceu. A mobilização de todos no clube foi enorme e estávamos confiantes. Só outro lado tinha uma equipe também acostumada a vencer a competição e não seria um absurdo ser eliminado. Mas da maneira como foi deixou esse sentimento de raiva . O resultado da incompetência deles foi essa completa desorganização na final e todos estão vendo o que aconteceu. Mas tudo isso não diminui em nada a vontade de voltar a ganhar a Libertadores. Perder é muito ruim, mas levantar esse troféu e inexplicável.

E qual será o grande desafio e objetivo seu e do clube na próxima temporada?

Quero me dedicar na pré temporada e começar já bem o ano. Teremos a Copa América no Brasil e quem sabe não surge uma oportunidade? Seria uma honra poder contribuir nessa transição pós Copa do Mundo. E junto ao Cruzeiro com os mesmos objetivos desde minha chegada. Ganhar títulos! É isso que me move .